quarta-feira, 30 de setembro de 2009

(un)breakable

Hoje estou perfeitamente (un)breakable.

Alguém disse que tomava conta de mim... soube-me estupidamente bem. Mesmo quando é mentira e quando é impossível.

O Prada não mata mas mói, e faz questão de moer 24/7. E não é só o Prada, é o que o Prada traz consigo: é a não dependência, é a fragilidade, é a solidão das noites, é a vida que se vive lá fora, é o Verão que já se despediu sem me ter dito olá, é um montão de coisas que me assustam.

Sim, queria que alguém tomasse verdadeiramente conta de mim e me viesse mostrar que já vai passar.

Já vai passar.
Vai passar.
Shhhh... encosta-te aqui que vai passar, fecha os olhinhos e já passa. Isso, calma, encontra a tua respiração na minha e calma... ouve o silêncio...

E eu sou muito estúpida em pedir que essa calma venha assim sem mais nem menos, sou estúpida! Ainda falta tanto e hoje, nesta merda de me sentir estupidamente estúpida e estupidamente pequenina, eu só queria enrolar-me numa bolinha, deitar-me na cama e acordar sem Prada.

Já vai passar.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tenho a estúpida sensação de já ter subido 99 degraus e nunca mais me deixam subir o centésimo...
Adoro saber coisas que não interessam a ninguém, por isso:

PARABÉNS A TODOS OS SOLTEIROS DO NOSSO PORTUGAL! Hoje é o nosso dia :)


Parabéns também às minhas fracturinhas que fazem hoje dois meses.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Burocracopes

Brincar aos carrinhos de choque em Portugal implica, para além do incómodo hospitalar, o incómodo das burocracias a que somos sujeitos.

Ele é papel e mais papel para o seguro, papel e mais papel para a Faculdade, papel e mais papel para provar aos Anjos e Arcanjos que sofri um pequeno percalço e fui visitar as ravinas da Estrada de Colares.

Senhores e Senhoras, nesta ânsia de papéis e papelinhos está em jogo o meu regresso às aulas tão desejado.

Ando a brincar aos requerimentos online para tentar fazer ver a quem de direito que por apenas duas semanas eu posso perder o semestre todo e ver assim o meu curso terminado em 2011... isso, eu que devia estar neste momento a babar-me por um estágio. Dois mil e onze. Dois mil e onze.

Esperem lá, eu estou a escrever DOIS MIL E ONZE?! Quer-se dizer que eu tenho o azar de ter um acidente, passar por tudo o que tenho passado e porque a merda do processo de Bolonha insiste na assistência às aulas eu chumbo? E lixo mais um ano, assim como assim é só mais um ano... eu até nem tenho este ano todo tramado à pala do acidente, mais um ano... só mais um!

Fazendo as contas por alto:

  • em vez de começar a procurar trabalho ao 22 começo aos 23/24

  • em vez de me candidatar a mestrado já em Maio de 2010 só me candidato em Maio de 2011

  • em vez de a Faculdade facilitar uma situação por si complicada só põe entraves e isso na minha cabeça é mais um ano e meio nas minhas contas para arranjar trabalho, emigrar para o Brasil, tirar o mestrado em Gestão Cultural, arranjar uma casinha e viajar muito e muito


Tirando fora o tom irónico, a verdade é que me irrita solenemente que tudo neste País seja movido a papéis e pedidos especiais. Eu até tenho todo o tempo do mundo, é verdade, mas não tenho toda a paciência para cada vez que o papelinho muda de mão ter que explicar toda a história mais uma vez.

E depois ouvir os "ah's" e os "oh's" e todos os comentários inerentes a essas pequenas interjeições que se fazem quando alguém tenta explicar que partiu a cervical mas vai estar boa e vai precisar de retomar a sua vida normal dentro em breve. Adoro.



Adoro ainda mais que o seguro ainda não tenha dito nada, pago nada e esteja pouco interessado em saber como eu estou. Afinal de contas para que é que as pessoas têm seguros? E para que é que as seguradoras têm médicos se os médicos não vêm a casa? Eu é que tenho que me deslocar para o senhor olhar para mim e com os seus olhos raio-x verificar as fracturas. Aparentemente não lhe chega os papeis da polícia, os relatórios dos bombeiros, os exames médicos, o relatório médico, o relatório do próprio senhor dos seguros... não, não lhes chega porque isso era simplificar e para quê simplificar quando se pode complicar?



Algo me diz que a saga das burocracopes ainda vai no prefácio!

Artigos de ménage

“O piaçaba é uma esfregona que correu mal. O piaçaba é uma vassoura que não estudou. Já o piaçá, não sei o que é…”
(por Ricardo Araújo Pereira, em Os Incorrigíveis)

http://www.youtube.com/watch?v=_AOWR_gZxHo

Já tenho piaçaba!

Bj

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

aterrei?

Há sempre uma razão para as saudades e hoje eu tenho saudades da minha Salamanca, da minha casinha de bonecas com baratinhas por todo o lado. Acho que até tenho saudades do frio que cortava o nariz, e saudades do cheiro de uma cidade que me trouxe uma calma que eu não sabia que existia.

... quando cheguei não matei saudades de nada. Nem me deixaram chegar, nem matar saudades do que sentia falta, e agora vivo esta estranha sensação de não ter aterrado em Portugal e de sentir falta de tudo.

Só faltam 10 meses e 4 dias!

Quem é que...?

Quem é que consegue espirrar sem mexer a cabeça?

A Marycop!


Quem é que sonha com mergulhos na Baía de São Martinho e acorda a transpirar?

A Marycop!


Quem é que sabe de cor a grelha televisiva?

A Marycop!


Quem é que gosta de descafeínado por palhinha?

A Marycop!


Quem é que anda a contar dias e semanas?

A Marycop!



Quem é que escreve neste blog?
A MARYCOP, que as outras são umas desnaturadas!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sindicato dos Sonhos

Excmo. Sr. Dir. Saúl dos Sonhos Santos,

venho por este meio apresentar uma sentida reclamação.

Como penso ser do conhecimento de sua excelência há cerca de dois meses sofri um desastre de carro na estrada de Colares e desde então tenho estado a recuperar. Nos primeiros tempos recorri ao sindicato que o Senhor tão bem representa com o intuito de requerer que fosse dada uma especial atenção ao meu caso.

No primeiro requerimento, datado do dia 29 de Julho do presente ano, pedi encarecidamente que os meus sonhos fossem só e exclusivamente cor-de-rosa. No segundo requerimento, datado do dia 30 de Julho também do presente ano, requeri que me fosse devolvido o sono e a vontade de dormir descansada - muito prontamente o segundo me foi indeferido sem justificável causa.
Nestes últimos tempos tenho requerido quase diariamente que não fosse incluído no repertório alusões a carros, S.O.M.I.'s, ravinas, desastres, hospitais, cabeças... em vão.

Caro Director, peço-lhe encarecidamente que reveja o meu caso.

Na passada semana os seus trabalhadores deram asas à imaginação e desde cabeças descoladas do corpo, passando por maratonas em que o prémio é um S.O.M.I. até despistes de carro com a minha Mãe a guiar, tudo tem sido válido para os macabros enredos dos meus sonhos.

Não é que eu queira ser tratada de maneira especial, EU EXIJO ser tratada de maneira especial, se assim não se verificar já a partir da data de recepção deste meu último pedido fica desde já avisado que recorrerei a serviços especiais para aniquilar os seus serviços.

Grata pela atenção,
sem mais assunto de momento,
Maria Pinto Elyseu

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

POKER STAR

É nesta magia inexplicável do ir e do voltar que o sonho ganha umas novas cores e os seus contornos ficam tão mais visíveis quanto a ansiedade.

Se soubesse o que sei hoje teria ficado tanto por escrever e por dizer... quem disse que o silêncio incomoda? Silêncio, meu amigo, foi o que me trouxe a paz que desejei tantas e tantas vezes. Foi por ti e só por ti que ela se deixou ir numa busca de amor que nunca existiu nos livros das vossas vidas. Deixa para trás o que lá vai, respira fundo, enfrenta esta vida que te rodeia e que não te pede licença para andar.

Embebeda-te. Desfruta. Respira. Anda. Caminha. Apaixona-te. Vive. Entrega-te. Recebe.

Baralha as cartas, dá o jogo, vê a sorte que te calhou em mão – aposta, observa, abre jogo, joga.

Quantas vezes, repetidamente, fizeste o mesmo? Viste o que realmente lá estava? Algum dia te apercebeste que o jogo que te calha te dá pistas?

Acende um cigarro, deixa-te ir pela madrugada fora, ela olha-te como se nunca antes te tivesse desejado, e até talvez nunca te tenha visto antes. És outro, estás outro. Queres ser outro na magia do tempo. Consegues? Porque me perguntas se consegues? És tu que tens que achar as novas respostas.

Perdeste. Baralha outra vez, desta vez com mais garra que a anterior, deixa-te ir pela fichas que perdeste. Não hesites. O segredo está em não hesitar. Isso – acende mais um cigarro... ele que te consome as noites em que pensas que pensas sobre ti e a nenhuma conclusão chegas porque nem a isso te dás ao trabalho.

Ela continua ao teu lado, ela acende também um cigarro, nessa nuvem de fumo que criam à vossa volta ela sabe que vai acabar a amar-te mais uma vez. Ela quer amar-te mais uma vez, ou só desta vez. Ela sabe que estás perdido. Ela está perdida. Elabora bolas com o fumo, quer encontrar a saída do próximo jogo. Tem medo, cruza e descruza as pernas – se a conhecesses saberias que ela só estava à espera do teu sorriso. Nunca a quiseste conhecer, nunca a olhaste. Por detrás dos seus olhos cor de mel de menina das tranças pretas ela é mulher, mais mulher que muitas casadas e mães de filhos. Tem sonhos. Tem ambições. Tem desejos. Tem segredos. E tem silêncios.

A sorte virou, está do teu lado. Sabes que veio para ficar, e nessa arrogância própria de quem cavalga pela noite apostas tudo e tudo ganhas. Foi sorte. Foi inteligência de jogador nato.

No fim, também tu sabes que a queres amar aí mesmo, numa comunhão com o fumo e com o tapete que tens aos pés. Também tu estás desejoso que algo faça mudar o rumo da noite, que a frieza dê espaço ao calor de outrora. Lá fora chove, queres poder dizer-lhe tantas coisas e nada lhe dizes. Falta-te a coragem de quem não tem medo do silêncio depois da guerra, falta-te a certeza que a verdade é o único trilho que podes escolher. Falta-te tudo. E se a olhares, se a vires profundamente, saberás que nada te falta.
O silêncio falou por ti.



Há mesmo coisas de que não tenho saudades. No fundo, a relatividade das coisas veio ter comigo quando o carro andou aos pinotes... obrigada carrinho, estava mesmo a precisar de relativizar!

http://http://www.youtube.com/watch?v=Ngf5Oo_XrjI

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O problema de não se poder fazer grande coisa é que se pode pensar. Em demasia.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

nada

_ Que vais fazer amanhã, Maria?

_ Nada. E depois de amanhã também não vou fazer nada, e depois de depois de amanhã vou continuar sem fazer nada.


Terão sido demasiadas as vezes que a minha Mãe me perguntou ao longo da vida o que eu vou fazer amanhã, o meu amanhã tinha sempre qualquer coisa. Podia ser um qualquer coisa pouco válido para a resposta, mas era um qualquer coisa que me fazia existir.

O tempo passa, devagar, demasiado devagar para quem vive de viver. E neste meu caminho que é mais solitário do que penso o meu nada é tudo.

O meu nada de hoje foi um nada um bocadinho mais preenchido que o nada de ontem. Este meu nada que exaspera mais que do que conforta às vezes enche-me de tristeza. Não minto, não vos minto - a alegria de estar viva às vezes é derrotada pela vontade de acordar e conseguir levantar-me sozinha, tomar banho sozinha, arranjar o pequeno almoço sozinha, escolher uma roupa giraça, calçar aquelas sandálias que ainda não estreei e sair à rua. Ligar às meninas e ir bater perna para o Chiado, um café na Brasileira só porque é dia de festa, um jantar combinado à última da hora no Super Mário, uns copos tremidos no Bairro, uma descida até uma discoteca da moda... uma ressaca no dia seguinte.

Aquela liberdade de ir aonde as pernas querem sem olhar para trás, a vida toda à frente, um medo que não existe porque não vive, uma eternidade que é real porque ninguém a colocou à prova.

Cedo demais.
Cedo demais.
E ninguém para apontar o dedo, para ser bode expiatório de uma raiva que carregarei para o resto da vida.
Quem foi que me atirou para uma ribanceira e me mostrou que as pernas não vão onde eu quero mas sim onde podem? Quem foi que me mostrou que a vida é frágil? Quem é que colocou à prova a minha eternidade e mostrou aos poucos 21 anos que a vida acaba quando menos se espera?

Cedo demais. Eu tinha em mim a inconsciente alegria de não saber que amanhã pode ser tarde demais, que amanhã pode não ser o dia. Eu vivia bem, eu era uma sorridente e esperançosa, uma Princesa pouco mulher e demasiado menina, eu era eu e ninguém tinha que me atirar para uma cama de hospital.

E eu estou viva. A meio caminho da primeira etapa. E nesta alegria de estar viva e de (ainda) ter tempo finito para fazer tudo aquilo que não fiz até ao dia do acidente, há também um espaço para me sentir triste porque hoje, tal como ontem, e anteontem, e antes de anteontem eu não fiz nada do que era suposto.

Não me levantei sozinha, não me arranjei sozinha, não saí de casa e não fui à minha rotina de menina quase mulher. Não andei pelas ruas do mundo a sorrir à minha eterna vida, não me apaixonei pela brisa na minha cara, não me emocionei com o pôr-do-sol, não partilhei um sorriso com o senhor do comboio, não beijei a areia num mergulho refrescante, não bebi café enquanto folheava o jornal, não troquei olhares malandros com a brasa do bar, não jantei fora com elas, não me vou deitar com ideias de ir para a praia amanhã.

No fim, só me posso vangloriar por me ter levantado e ter tido a ajuda da minha Mãe para me arranjar, ter dado a volta ao quarteirão, ter inspirado a brisa do fim de mais um dia, ter partilhado um sorriso envergonhado com as pessoas que me olham a medo, ter bebido um descafeínado no café da esquina, ter jantado em família e deitar-me com ideias de que amanhã este meu fim e este meu só é um nada que me salva.

Do you speak banking?

Para que o T2+1 mais mimado do mundo-e-arredores fosse meu, tive de tirar um “curso de línguas” intensivíssimo na distrital de Lisboa do “C.L.B.P.T. - Centro de Língua Bancária Para Totós”, nível Iniciado I…

O programa:

Módulo I: Apresentação [o equivalente ao “Hello! What’s your name?”].
Objectivo: apresentação ao interlocutor, transmitindo uma imagem de “sou uma pessoa autónoma, financeiramente viável, a Cliente que o seu Banco quer ter, mas preciso desesperadamente de crédito habitação em condições adequadas a um pedinte…”.
Frequência: 100% obrigatória.

Módulo 2: Números
Objectivo: ter consciência de que, apesar de obsceno, o Spread vai de 0,5% a 10.000.000%, sendo menos de 0,5% impossível, 0,5% irreal, 1% o que lhe vão dizer que é “o melhor que lhe conseguem fazer” e mais de 1% aquilo que você não quer para si!
Frequência: 70% (o essencial é saber que não quer – porque abusivo –, de todo!, mais de 1%)

Módulo 3: Argumentação oral
Objectivo: Desenvolvimento da expressão verbal, do vocabulário, da pronúncia e acentuação. Manter o nível de humanidade nas relações utente/ instituição bancária dentro dos níveis de razoabilidade impostos pela CDH.
Frequência: O mais possível

Módulo 4: Prática escrita
Objectivo: Redacção e leitura de minutas de contratos de abertura de conta, de crédito habitação, seguro de vida, seguro habitação, cartão de crédito, prestação de fianças, banco on-line, “vantagens” conta jovem, e, por fim, escritura pública, em letra Trebuchet inferior a 6.
Frequência: 100% (equivalente ao sucesso nos módulos anteriores)

Passei com Muito Bom (o excelente é só para os marrões!)! 0,75%!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Hoje é dia de festa!

PARABÉÉNS, miúúúdaaaa!
Nesse sobressalto, nesse salto alto!
PARABÉÉNS, miúúúdaaaa!
Miúúúda, PARABÉNS!

Hoje o blog 3 é demais está em festa!
Um grande beijinho para a única pessoa que veste um SOMI e parece que tem uma peça de alta costura! Um grande beijinho para a Mulher Robótica mais linda do meu coração! Um grande beijinho para a nossa Maria!

09.09.09


PARABÉNS A MIM
Obrigada à Mãe que fez deste ano um ano especial, que tem feito das semanas uma batalha alegre e cheia de vida.
PARABÉNS às minhas fracturas, cumprem hoje seis semanas de vida!
Beijinhos e chapelinhos,
Princesa Maricotas


terça-feira, 8 de setembro de 2009

SURPRESA!!!

Ontem foi dia de SURPRESAAA!

Quando eu menos esperava e quando mais me apetecia foi dia de SUSHI!

Os meus irmãos, juntamente com a minha Mãe juntaram as energias e organizaram-se para trazerem Sushi para o jantar. Em jeitinho de agradecimento até posei pela primeira vez para a objectiva, escusado será dizer que o Prada foi disfarçado por um lenço.

Foi um manjar divino, precioso. Tudo à mesa, a rir e a desfrutar das maravilhas cruas que os amigos japonas fazem com tanta minúcia... para acabar os desejos só basta que um dia destes me tragam MacDonald's.

Enquanto estive internada não comi grande coisa, limitava-me a engolir a gelatina que a Inês me dava à boca, alguns yogurtes e no dia em que voltei a andar comi a ceia que me pareceu caviar num spa. Lembro-me de pensar no que ia comer quando chegasse a casa, no dia em que tive alta, e dado que não podia mastigar ainda, o jantar foi bacalhau com natas - um dos meus pratos preferidos. Aí começou a verdadeira saga da comida, é que eu não tenho fome porque o Prada acenta mesmo em cima do estômago, e como não faço nada para gastar energias também não tenho necessidade de comer... mal o meu que quando dou por mim tenho tudo a espetar-me a colherzinha na boca.

Ah, mas ontem foi diferente: comi que me consolei. E hoje também, ao almoço e um petisco ao jantar.

Sushi põe-me a comer, junta a família à volta dos pauzinhos e vale um jantar 5 estrelas!
Obrigada Manos! Valeu!

Beijinhos,
Marycop

WACT...Como tudo começou!


Tudo começou com uma vontade de ver mais de perto outra realidade....


Essa vontade já tinha "aparecido" há muito tempo, mas só em Fevereiro é que surgiu o convite! Em forma de mail simpático e apelativo a essa vontade e ao lado mais profissional, já que pedia ajuda para criar um projecto de Agricultura, conheci a WACT! Abri o mail e assim que comecei a ler senti-me entusiasmada, fui ver o que era a WACT, e logo o nome me pareceu fazer muito sentido "WACT - we are changing together"....


Será que é mesmo isto? Liguei logo à Sofia, ao Miai e à Catarina, com quem já tinha tido várias vezes a conversa de fazer voluntariado e no dia seguinte concordámos em aceitar o convite e começar a participar nas reuniões da WACT.


Reunião atrás de reunião, todas as segundas-feiras à noite na Nova de Economia, foi crescendo aquela vontade que eu tinha aqui guardada e com ela cresceu a AgroWACT, o nosso querido projecto de agricultura! Houve momentos em que eu, o Miai e a Sofia já não sabiamos muito bem para onde nos virar, porque quanto mais pesquisávamos mais descobriamos que São Tomé era "agronómicamente diferente"! Foi o primeiro grande desafio!


Foram meses de reuniões, trabalhos, fins de semana para nos conhecermos, eventos para angariar fundos....trabalhos de equipa a um ritmo rápido resumindo! O tempo avançava e eu tinha cada vez mais a certeza de que tavamos no bom caminho, gostei imenso de ver os projectos a avançar e o grupo a crescer! Só tinha pena de uma coisa....não podiamos ir todos para São Tomé!


Quando soube que era uma das pessoas que ia embarcar nesta experiência nem queria acreditar...eu? e logo dois meses? será que vou conseguir?....só me surgiam perguntas na cabeça e com elas vinha uma alegria imensa de as tar a fazer! Entendem? Foi o meu segundo grande desafio, questionar-me se era capaz, e isso deu-me alegria, porque deram-me essa oportunidade!


Agradeço todos os dias aos meus pais, irmã, família e amigos que me apoiaram nesta decisão de IR!


Tomada a decisão e aceite o convite tudo passou a voar! Só sei que quando dei por mim tava no aeroporto, com a primeira "dream team", a caminho de São Tomé....acreditem que só quando entrei na Roça Agostinho Neto e olhei à volta é que me apercebi...."Já começou?" e foi aí que tudo começou....


Nem sei bem se consigo escrever o que foram estes dois meses em São Tomé...foi tudo, foi demais! Uma experiência fantástica e uma grande lição...


Beijinhos e até já,


Paulinha

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Os Macacos não têm celulite

Não há canos que não furem, não há verniz que não estale, não há parede que não rache, não há chão que não risque, não há espelho que não parta, não há prato que não quebre, não há pano que não rasgue, não há faca que não corte, não há nódoa que não suje, não há fogo que não queime...

Esfregar todos os dias anti-celulíticos nas pernas tem inerente a mesma fé da compra da casa “perfeita”! Quanto a isto resta dizer: saber lidar com a imperfeição é o que faz de nós (bons) humanos!

Hoje vou dizer ao(à) meu(minha) vizinho(a) de cima: “Olá! Sou eu!” acrescido de “E já agora, a canalização do seu T2+1 [segundo mais mimado do mundo-e-arredores] está a ‘incomodar’ o T2+1 mais mimado do mundo-e-arredores!...sabe, no fundo, o que eu lhe quero dizer é: ou faz obras rapidamente em sua casa, ou qualquer dia chove-me na testa! Eu sei que estas coisas são chatas e dispendiosas, mas…compreenda a minha posição!”...

Hoje vou ser a imperfeição na vida do(a) meu(minha) vizinho(a) de cima…vou lhe explicar que o seu T2+1 [também para ele(a) o mais mimado do mundo-e-arredores] afinal não é tão perfeito assim…"Continua a ser o T2+1 que lhe conquistou o coração, não?!”

Os macacos não têm celulite…é por isso que somos humanos!

Bj

P.S. – Neste texto o enfoque esteve na impossibilidade de se ser perfeito, no “errar é humano” e no “causar infiltrações é o que os canos com mais de 80 anos fazem”…mas há que ter consciência que no final do dia há a possibilidade de restar unicamente o “ %*?/&J&* da vizinha! Ainda nem se mudou, já está a arranjar problemas!”

Wish me luck!..

Gracinha do Dia

Entrei na 6ª semana de recuperação e ainda não dei em maluca.

Assim 'cómassim' há seis semanas que recebo massagens diárias nos pés :) e agora com a chegada dos Gémeos também as recebo nas mãos.

Vistas bem as coisas estou a meio do tempo. Mais ou menos a meio do tempo. Volto daqui a seis semanas ao médico, até lá há-de o Verão tirar férias de nós, e o Outono chegar devagarinho e as ruas deixarem de cheirar a praia para passarem a cheirar a esplanada.

Eu gosto do Outono, aliás, eu gosto de tudo. Agora gosto de tudo, antes do acidente acho que nunca me tinha dado ao trabalho de me aperceber que gostava de tudo. Sim, há um antes e um depois. Uma linha que separa a passagem para a gratidão.

Pequenas coisas, tão pequenas que são insignificantes para quem as tem todos os dias como gestos inúteis: lavo os dentes sozinha, já ponho desodorizante sozinha, como arranjaram um caixote do lixo mais alto eu consigo por o meu lixo orgânico no lixo, e até consigo servir-me de leite se o pacote não estiver cheio... e daqui a seis semanas hei-de fazer mais umas quantas gracinhas.

É isso mesmo: gracinhas. O bebé faz gracinhas novas e dá uma alegria imensa à família, a Marycop faz uma gracinha e dá uma alegria imensa a todos! A senhora minha Mãe instaurou o momento: "A Gracinha do Dia".

A Gracinha do Dia hoje foram as canetas de acetato nas mãos do meu irmão Kiko... o PRADA de cara lavada foi o resultado.

Eu quero, eu quero!!!


Vá láaaaaaaaa...

domingo, 6 de setembro de 2009

"Leve, Leve!"

Meus queridos...é uma responsabilidade enorme escrever num blogue...responsabilidade ainda maior por ser com a minha irmã e com a minha grande amiga Maria...(estou até a sentir-me envergonhada!)

Antes de mais queria pedir desculpa pela demora, mas como muitos de vocês sabem, só agora é que regressei à "civilização"! Depois de dois meses em São Tomé pegar num computador e escrever um texto ao nível dos que já li das minhas princesas é demais! Ainda tou muito no espírito Leve, Leve que tanto caracteriza o povo são tomense...tudo com muita calma!

Fica feita a promessa de melhoras graduais e de histórias de uma experiência única em São Tomé!

Beijinhos e até já,

Paulinha

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

S.O.M.I.



S.O.M.I - Sternal Occipital Mandibular Immobilizer

O MEU PRADA tão lindinho e tão meu amiguinho!

O circo desceu à cidade

Foi ali mais ou menos pela altura em que eu entrei no edifício de consultas do Egas Moniz.


Eram dez da manhã e a atracção era eu!!!


A minha Mãe diz que não repara, mas eu reparo e bem! As pessoas olham, abrem alas e voltam a olhar, com um bocadinho menos de delicadeza comentam a meia voz (muito discretamente) o meu PRADA. Aposto que o cobiçam. Depois habituam-se, tal como eu, aos ferros e aos parafusos, à menina com cara de menina que tem um artefacto estranho vestido.


Eis que entram mais pessoas e processo repete-se. Uns mais espantados, outros com um olhar de pena que dá dó, outros esboçam um sorriso de cumplicidade numa partilha de dores, há quem se atreva a virar a cara pelo incómodo visual...


Senhoras e Senhores: eu não mordo, não dou a patinha, não sou atracção turística e muito menos sou atracção circense.


Posso ser tipo animal de estimação que é passeado ao fim da tarde a grande custo, nessas alturas sou a Biscoita.


Nas outras vou oscilando entre a Maria, a Maricotas, a Lights, a Mariazinha, a Micas, a Princesa, a Robot. É quase uma personalidade esquizofrenica ao mais alto nível, uma mistura de energias que me dá para fazer rábulas com a minha própria (des)graça em alturas de maior aperto.


Quando dei por mim naquela sala de espera, sufocada pelo vírus da gripe A, envolvida no silêncio sussurrado das angústias alheias, com um sono de morte e a morrer de tédio percebi que não posso passar o próximo ano da minha vida a recorrer aos médicos sem levar um bloco e uma canetinha.


É assim um cornetinho de morango pela manhã, as pérolas que se ouvem, as obras de arte que se vêm, as palhaçadas a que se assiste é digno de circo. Se o palhaço principal for eu então, meus amigos, é dia de Circo porque a MARYCOP saiu à rua!


O engraçado é que este circo vai durar um ano. E vocês são os principais espectadores!

BEM-VINDOS!

Beijinhos,

MARYCOP

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Homens, para que vos quero?

Quero um homem para me passear nas voltas ao quarteirão e me dar o braço orgulhosamente porque passeia a maior brasa inválida de que há memória.


Inscrições AQUI.
Não percas a tua chance de ter uma garina ao teu lado que veste PRADA.
Envia o teu CV e uma carta de incentivo, anexa fotografia de cara e corpo a cores e actual.
Nota: abaixo de árvore de Natal não merece a pena.

Até amanhã minha gente,
depois de uma visita ao médico prometo história com piadinha.

MARYCOP ao seu dispor!

Homens, para que vos quero?

Homem, para que te quero?

1. Para ires àquela loja tão gira que não sei bem onde fica e dar com o caminho à primeira.

2. Para me deixares à porta e ires estacionar o carro bem longe.

3. Para vires ter comigo e dizeres “sim, é giro, óptima escolha!”

4. [Para pagar?!...]

5. Para ires buscar o carro que está estacionado bem longe e para pegares naquela mesa e respectivos bancos de cozinha tão pesados, mas tão giros!

6. Para rebateres os bancos do carro e conseguires meter tudo lá dentro com muita facilidade sem eu ter de ficar toda despenteada e esbaforida!

7. Para voltares para Belém pelo caminho mais rápido e sem trânsito, já que eu nem sei bem onde estou e o mais provável seria ter dado uma volta absolutamente desprovida de sentido, qual ir de um olho ao outro por trás da cabeça.

8. Para estacionares à porta do T2+1 mais mimado do mundo-e-arredores e tirares a mesa e respectivos bancos do carro que são tão giros, mas tão pesados.

9. Para os carregares para o 2.º andar sem eu ter de ficar – outra vez – toda despenteada e esbaforida.

10. Para montares o que houver para montar com a “chave inglesa”/ “buchas” (o que é isto?!).

11. Para olhares p’ra mim a dizer “acho que não ficam aqui lá muito bem? O branco da mesa é lacado-brilhante e os móveis da cozinha são brancos-lacados-foscos!...” e responderes “claro! Tens toda a razão!...é melhor ir trocar!”.

12. Para voltares a meter tudo nas caixas – tarefa impossível, porque como toda a gente sabe estas coisas são embaladas de maneira a nunca mais caberem quando arrumadas por comuns mortais – sem dizeres (muitos) palavrões.

13. Para pegares nas caixas e desceres os dois andares que separam o T2+1 mais mimado do mundo-e-arredores da rua que o alberga, sem cair e sem eu ter de ficar – mais uma vez – toda despenteada e esbaforida.

14. Para voltares a rebater os bancos do carro e meteres as caixas lá dentro, sempre com um sorriso no rosto do tipo “ai que dia fantástico que eu estou a ter”.

15. Para voltares, sem te enganares no caminho, à loja tão gira onde comprei a mesa e os bancos tão giros, mas que, como são brancos-lacados-brilhantes, não ficam NADA bem na cozinha que tem os móveis brancos-lacados-foscos, loja essa que eu nunca soube nem nunca saberei bem onde fica…

16. Para tirares as coisas do carro, entrares comigo na loja e dares-me “aquele apoio” que se dá a quem não tem razão nenhuma, quando a senhora da loja começar a refilar porque não se fazem trocas em época de saldos.

17. Para, depois de uma longa batalha com a senhora da loja referida em 16., me acompanhares no processo de selecção dos 120934875 items para troca (porque, claro!, não devolvem o dinheiro) da mesa e dos bancos brancos-lacados-brilhantes, durante cerca de 1h45min.

18. Para dizeres, 1h42min depois de termos entrado, “não tem mal teres arriscado comprar numa loja onde não podias reaver o dinheiro, e que só tem coisas pavorosas para troca! E não tem mal nenhum saíres daqui com 120934875 utensílios de cozinha e de wc, jarras, copos, etc.”.

19. Para ires buscar o carro, que estava estacionado tão longe, pegar nos 120934875 artigos trocados, metê-los no carro, desta vez sem ser preciso rebateres os bancos, voltarmos ao T2+1 mais mimado do mundo-e-arredores, ajudares-me a arrumar tudo e…

20. Para acabarmos o dia a comer um pastel de nata com açúcar e canela nos Pastéis de Belém!

Não é só para isto, mas é também para isto que queremos os Homens! Na sua ausência, agradeço à minha amiga Filipa, que me ajudou do ponto 8 ao 11 com muita boa disposição, e agradeço aos meus bracinhos que, apesar de doridos no dia seguinte, responderam positivamente a todas as solicitações!

Bj

História do Amorreee

É uma história como muitas outras, daquelas do "Era uma vez...".

A Senhora Proprietária conhece o Senhor Banco, vivem momentos escaldantes, trocam e-mails, de vez enquando ligam e até combinam um encontro ou outro!
Ele faz-se de difícil, jura-lhe que é o melhor do “mercado” e ela, sobre os despojos de guerra, rendida a uma promessa de vida, ergue a bandeira branca e diz-lhe “SIM”!
Os primeiros tempos são de euforia! Uma vida a dois! As regras do jogo estão lançadas!
Pela Senhora Proprietária é aprovado o SIM incondicional: na fortuna e na falência, pagará sempre com o seu amor, nunca descuidando os seus deveres conjugais, entregando-lhe todo o seu dote, para nunca mais o ver.
Pelo Senhor Banco são mantidas promessas de fidelidade apenas e só enquanto a Senhora Proprietária cumprir com as suas obrigações e, claro está, sem prejuízo da possibilidade de abandono sempre que “as condições de mercado assim o justifiquem”, casos em que a Senhora Proprietária ficará desprovida de todo o seu património e auto-estima.
Ficou tudo por escrito no dia 28 de Julho de 2009, pelas 12h45, com 2h45 de atraso…reza a tradição que as noivas se fazem esperar, mas nesta linda história foi a Senhora Padre! Era uma senhora elegante, trinta e poucos, com ar de quem já assistiu a muitos casamentos mal sucedidos. Com compaixão, ainda lançou para a Senhora Proprietária um último olhar de “tem a certeza que é isto que quer para a sua vida?” e releu as condições estabelecidas. Não houve hesitação! Como um mosquito contra um vidro em plena auto-estrada, assinaram-se os papéis!
Foi uma cerimónia bonita, há que dizê-lo: do lado da Senhora Proprietária, para além da própria, estavam ainda o Senhor e a Senhora Fiadores, a Senhora Angariadora I e o Senhor Personal Finance; do lado do Senhor Banco, para além do próprio, o Senhor Do Balcão, o Senhor Ex-Proprietário (que os tinha apresentado), a Senhora Angariadora II e o Senhor Advogado das Senhoras Angariadoras I e II.
A presidir a cerimónia, a Senhora Padre, assistida pelo Senhor Acólito (novato que aprendia ainda os trâmites da profissão, mas já conseguia fazer de forma convincente o olhar de “tem a certeza que é isto que quer para a sua vida?”).
Ao fundo da capela, estava a Senhora Hipoteca, de presença justificável, mas não justificada, mulher com ar vivido e experiente, que mata com um só golpe. A troca de olhares entre o Senhor Banco e a Senhora Hipoteca não foi indiferente à Senhora Proprietária, mas o amor é e sempre será cego…
A Senhora Proprietária não demorou a sentir que a vida a dois era afinal a três. Não era, nem nunca fora, o grande amor do Senhor Banco, no seu coração a Senhora Hipoteca tinha afinal o lugar cativo, para todas as épocas, em todas as jornadas.
A Senhora Proprietária, que no fundo sempre soube de tal triângulo amoroso, decide ignorá-lo, e num acto de cobardia heróica, alimenta essa relação com dedicação e estoicismo!
Entretanto nasceu o Spread, o filho mais velho e desejado, muito alto para a idade!, um jovem promissor, sempre em ascensão! E a Euribor, - um imprevisto -, que, coitada!, anda sem rumo pelos caminhos da vida, aos altos e baixos, de 3 em 3 meses muda de escola, mas nunca prometeu grandes resultados!
No início, o Senhor Banco, qual adolescente hormonalmente apaixonado, mimou até mais não a Senhora Proprietária: ofereceu-lhe uma caderneta de cheques, um cartão de plástico semi-transparente com letras verdes (a sua cor preferida), muitas pastas de papel e literatura interessante, digna de um Nobel! Aos seus olhos, a Senhora Proprietária era a pessoa mais importante da sua vida!
Mas rapidamente deu a cara…depois de se fazer pagar – porque afinal, é o melhor que a Senhora Proprietária conseguiu arranjar! - , há 2 meses que já só vai a casa para dar o ar da sua graça, sob a forma de pequenas intervenções pontuais e espontâneas.
Chega a casa para jantar, senta-se à mesa e grita: “Então? Já são horas!”.
Todos comem: o Senhor Banco, o Spread, a Euribor, a TANB (a cadela adoptada)...e até a Senhora Hipoteca que, desconfia, subsiste à custa de uma vida paralela mantida com o Senhor Banco!
Até à data, a Senhora Proprietária mantém-se fiel e cumpridora das suas obrigações, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza!
E o Amor resiste, de tempos imemoriais, de paredes em pedra, inabaladas pelos sismos da História!


Bj