terça-feira, 30 de novembro de 2010

sabes-me

desculpa se um dia pedi mais do que o que devia. se um dia olhei para ti de outra maneira. se um dia o teu olhar foi mais especial. se um dia o nosso dia nunca chegou.
desculpa se dei passos maiores que as pernas. se um dia me saltou da boca o que não devia. se um dia te encostei à parede. se um dia quis mais.
desculpa se não soube jogar este jogo. se não quis ver a verdade. se acreditei que mais era melhor. que menos era mais.
desculpa se dentro de mim há qualquer coisa que me impede de seguir. que me retrai. desculpa se aquilo que fomos está condicionado pelo que não queremos ser. desculpa se sinto a tua falta. se a minha cama é tua todas as noites. se adormeço com o teu sorriso. se acordo com o teu olhar.
desculpa se não sou quem queres. se não tenho outro nome, outra cara, outra vida. se sou complicada. se sou dona do meu nariz. se sigo o caminho mais difícil.
desculpa se o meu pára-quedas está avariado, se a minha autoestrada é indefinida, se não consegui dizer-te que o gráfico se tinha alterado.
desculpa se uma vez na vida não quis deixar a meio o que não começou.

sabes o teu lugar, sabes de cor os cantos da nossa bolha, os nosso olhares, as nossas cumplicidades, sabes que o temos não se constrói num dia, sabes que 24 não 12 e 12 não são 72. sabes que os quadros têm uma ordem, que a tangerina é um mal necessário, que o frango não é de saco, que os cortinados fazem parte da paisagem, que dentro da embalagem está um bombom gostoso, que a conchinha faz parte de uma quebra, que a palavra adoro-te tem outro significado, que um bicho é sempre um bicho, que uma mota cheia de creme solar faz parte de uma história, que o barulho de uma noite acaba num silêncio cúmplice, que um balde de pipocas faz a diferença num filme de Saramago, que a trovoada faz moça.

sabes tudo. sempre soubeste. sabes o que é para ti, sabes o que é dos outros. sabes que um dia vamos rir. sabes que um dia a sardinha volta à rede. sabes que há uma promessa de sardinha na rede. sabes que os coelhos têm a sua toca. sabes que a mula quando não come em casa vai à vizinha. sabes que uma festa no pescoço desalinha.

sabes que o gráfico está descompensado.
sabes que sim.
que mando tudo para o espaço por este saber que é nosso. e que um dia...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

-sabes uma coisa?

-hã?

-"reduz as necessidades se queres passar bem que a dependência é uma besta que dá cabo do desejo e a liberdade uma maluca que sabe quanto vale um beijo."

- porra, já devia saber isso de cor.
as fracturinhas fazem hoje 16 meses, podem chover pedras. hoje estou feliz.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

fiz uma contractura muscular ontem à noite, nas costas. declaro que não sei de que terra sou. tenho dores para xuxu e mal consigo andar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Gosto do Natal Porque... #3

HÁ LUZINHAS NAS RUAS, NOS CANDEEIROS, NAS IGREJAS, NOS EDIFÍCIOS PRINCIPAIS DE CADA CIDADE.

É TÃAAAO LINDINHO, TÃAAAAO LINDINHO, TÃAAAO LINDINHO que quase que choro quando me lembro da emoção que foi ser "raptada" no ano passado pelas tigrinhas para ir ver os enfeites de Natal de Lisboa.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Escrever

Há uma carrada de tempo que não escrevo nada de jeito, ou a inspiração me fugiu para Plutão ou eu ando sem piadinha nenhuma.

Volta e meia vou na rua e lembro-me de qualquer coisa interessante, às vezes as frases erguem-se na cabeça alinhadas, limpas, claras. Quase poéticas. Chego a casa, ligo o computador, acedo ao blog e... nada. Zero.

Tenho algumas coisas para contar, mas não me parece que este seja o espaço indicado. Até podia escrever um daqueles textos directamente vindos do coração, mas aprendi que a calma e a prepoderância são uma arma valiosa a longo prazo. Podia escrever 20 cartas a 20 pessoas que nunca as iriam ler. Podia arranjar palavras de outras pessoas que descrevessem a minha vida agora. Podia desactivar o blog.

Poder podia, mas não era a mesma coisa. Ah, não era não. Ele já faz parte da minha vida e eu não me sinto capaz de o desactivar só porque não sei se sei escrever como escrevia há uns meses atrás. Ele foi meu amigo, ele ouviu desabafos contidos, lágrimas gordas, risos e gargalhadas, músicas, filmes, noites, pesadelos. Ele casou comigo em Agosto de 2009 e por cá vai andar até eu lhe pedir o divórcio.

Eu tenho um problema com divórcios, com separações, com afastamentos. Tenho um problema com não esgotar as hipóteses todas de reconciliação, tenho um problema em largar o osso na altura mais sensata. Um problema que os psicólogos devem saber explicar com um qualquer trauma de infância. O que é certo é que é um problema simples - saudosismo.

Regressando à batata quente, isto de não conseguir escrever sobre nada de jeito chateia-me.
Bastante.

sábado, 20 de novembro de 2010

Lesson Learned

'Yes, I was burned but I called it a lesson learned.

Mistake overturned so I call it a lesson learned,
My soul has returned so I call it a lesson learned.

Another lesson learned.'

Alicia Keys feat John Mayer - Lesson Learned


As músicas um dia ganham um novo sentido. E um dia chega. Sempre. O dia chega, sempre.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sometimes... fail!

Gosto do Natal Porque... #2

Gosto do Natal porque as ruas ganham um cheiro especial, característico e único. O frio queima as bochechas e os gorros podem saltar do armário.
alguém tem uma caixinha de nolotil? as dores de costas hoje estão a dar cabo de mim.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

este banho maria não é da minha cabeça! é mesmo verdade, eu estou em banho maria. e por tempo indeterminado.

declaração feita,
maria em banho maria

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

o mundo é mau para caraças.

Incolor

Já posso morrer. Vivi um grande amor, amei, fui amado, tive filhos, sonhei, sofri, chorei. Já posso morrer, a morte não me assusta.

Não morri naquele carro porque não era a minha hora, prometi a mim mesma que a partir daquela noite sozinha ia ser feliz todos os dias da minha vida. Rezei a Deus, pedi-Lhe que me deixasse ficar por cá, mais uns tempos, mais umas vidas.
Queria, naquela noite, poder fazer as minhas malas, arrumar o meu quarto, compilar as fotografias de Salamanca, ir para a praia no dia seguinte. Nada de megalómano, nada de complicado. Nem livro, nem árvore, nem filho.

Queria só que o corpo me obedecesse, que as dores se consolassem com a medicação, que o sono não viesse, queria respirar com calma. Inspira, expira. Inspira, expira.

No dia em que vim para casa prometi a mim mesma que queria mais, que ia ser mais, que ia ter mais. Mais tudo. A morte andou por aqui a pairar, não tive medo dela, mas também não a encarei. A morte assusta-me.

Está por publicar o livro, por plantar uma árvore, por nascer um filho, por viver um grande amor.

Está por vir a partilha de uma vida, de uma cama, de um sonho. Uma escova de dentes muitos anos ao lado da minha, uma fotografia repetida todos os Natais, uma data especial festejada com champagne e morangos. Está por vir o dia em que ele chegará até mim sem medos, sem resistências, sem segredos, em que saberá o truque das pipocas, o truque do café, o truque das costas, o truque do pequeno almoço, o truque do acordar, o truque da água das pedras. O dia em que a máquina da roupa vai lavar boxers e t-shirts ranhosas, que a aparelhagem vai tocar músicas de outra vida, que a outra chave é dele. O dia em que a cama terá dois cheiros num só.
Quando esse dia chegar, eu saberei com mais certeza ainda que o agora não é nada. Que a prata não vale o mesmo que o ouro, e que o incolor não é nada.

Ando há demasiado tempo a ser incolor. Hoje vesti-me de preto, saí à rua de cara lavada e desgostos à perna, arrastei-me pelos corredores com outras gentes, e pareceu-me que só eu não tinha cor. Eu prometi a mim mesma que queria mais. Eu devo a mim mesma mais. Eu não posso adormecer e pernoitar outra vez no mundo do mediano. Eu quero mais.

Não gosto de ser incolor.

domingo, 14 de novembro de 2010

nem cinzento nem cor-de-rosa.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cinzento ou Rosa?

Para não perder o embalo, vou só ali até à Golegã. Se não voltar a escrever é porque fiquei a montar cavalos na ANTE ou a beber minis no Central.

Se voltar a escrever é porque ainda não foi desta que me rendi totalmente à vida de campo.
Se morrer congelada saberão, se o fim-de-semana correr mal... o blog entrará em modo cinzento, se correr bem (please, please, please, please, please, please) avizinham-se tempos de muito cor-de-rosa.

Até já,
castanhas e jerupigas,
Maria

Gosto do Natal Porque... #1

Gosto do Natal porque não há anuncio na televisão que me deixe mais feliz que o da Leopoldina a convidar-me para ir até ao Mundo encantado dos Brinquedos. Gosto, Gosto, Gosto. Sabe estupidamente a Natal.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Adeus

O Sr. Do Adeus morreu.
Adeus, Sr. do Adeus - até sempre.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

se eu pudesse...

apetecia-me desaparecer.
de preferência para bem bem longe.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

vou só ali até ao Porto e venho já, já. se não voltar a escrever é por razões óbvias... ter-me-ei perdido pela invicta.



um beijo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

não há coisa que eu mais odeie do que vir para a cama com esta sensação de desconforto enigmático, é meio caminho andado para dormir mal.

alguém me arranja um pára-quedas sff?

D.E. - parte II

sabes que faz sentido quando...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sempre

Ando seriamente a pensar na possibilidade de enumerar uma lista que explique, tim-tim por tim-tim, o que deixou de fazer sentido na minha vida.
Depois da passagem pelo programa, ficaram a pairar na minha cabeça um sem número de perguntas, de pensamentos, de novas perspectivas e de novos sentimentos.

Talvez seja só uma fase, igual a tantas outras que, com o tempo, deixaram de fazer sentido. Perderam validade. As coisas perdem validade. Sempre.

Não gosto da palavra Sempre, é demasiado comprida, pesada, imutável até ao dia em que perde todas estas qualidades e ganha uma única - torna-se vazia. Não gosto da palavra Sempre porque me confronta com uma realidade diferente. Há coisas que nunca mais vou poder fazer, e este nunca talvez nunca venha, de facto, a perder as qualidades referidas, nunca se torne vazia e fique para sempre a fazer-me sinais de proibição.

Não sou de ferro, nem perto estou de ser uma pessoa racional e objectiva. Não sou uma pessoa que acorda sempre a rir, sempre com os olhos repletos de alegrias, não tenho sempre a palavra certa para dizer, não tenho o corpo perfeito, não tenho o dom do desenho, não sei falar 8 línguas diferentes, não sei enfrentar o medo de cara. Acredito que encarei a vida com a calma que me era possível, sei que podia ter tido mais força em determinadas alturas, podia ter sido mais tranquila em relação a outras e por aí fora. Fiz o melhor que pude e disso não me culpo.

Sei que há coisas por dizer, lágrimas por soltar, sentimentos por viver. Não basta levantar para andar, andar para viver e viver para sonhar. Não basta encarar tudo como uma prova e superá-la da melhor maneira possível. Isso não basta porque não chega. Quando não chega há que lutar.

Olho para trás com o saudosismo característico da minha pessoa, eu sou saudosista. Todos os dias tenho saudades de alguma coisa que não vai voltar, que para sempre deixará saudade. Na semana passada fui assaltada por uma saudade forte, sentada à mesa em casa da minha Tia M., com o meu Tio-Avô M. eu senti as maiores saudades do meu Avô João. Saudades de um tempo que nunca tivemos juntos, de histórias que nunca ouvi da sua boca, saudades que me acompanharam sempre mas que nunca me tinham batido à porta desta maneira. Tive pena de não poder partilhar mais jantares, mais momentos e mais felicidades com o meu Avô. Pudesse eu sentar-me outra vez ao seu colo a pedir 100$00 para comprar ursinhos e a vida teria novamente o sabor de infância feliz.

É por isso que eu gostava de enumerar uma lista só minha onde estivesse tudo aquilo que deixou de fazer sentido. Só tenho medo de uma coisa, e se a lista for demasiado grande e as saudades se instalarem por tempo indefinido? Quantas pessoas terão sentido este desconforto de mudança? Fazem-se balanços de vida aos 23 anos?

Maria, Maria, Maricotas... deixa-te disso. É tempo de seres feliz. Conscientemente feliz.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

D.E. - parte I

sabes que estás apaixonada quando...