terça-feira, 29 de março de 2011

Portugal - Uruguay
Cómo te echo Bombón.
Aunque no sepas lo que te quiero y como nuestra amistad se queda intocable con lo pasar de los años, quiero que sepas que cuando hablamos, !el día se queda mejor!
Te echo, echo nosostras por las calles de una Salamanca que no volverá más a ser nuestra, echo nosotras en el coche a camino de Lisboa, echo nosostras tomando copas de vino hablando del futuro, echo nosotras en las clases de comunicación institucional, echo nosotras tomando sol en la plaza, echo nosotras en la chupi, echo nosotras indo de pinchos, echo nosotras de cañas al final de la tarde, echo nosotras mal diciendo la vida, echo nosotras...

Desde acá: bombón una vez en la vida, bombón hasta la muerte.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Here I go again!

Outra vez, tubo da TAC, silêncio, tecto de hospital, barulho, silêncio, barulho, silêncio. Outra vez, o meu corpo estendido na cama da TAC, esticadinho, imóvel, não se mexa senão temos que repetir, cabeça encaixada no suporte, barulho, silêncio, barulho, silêncio. Olhos focados no tecto do hospital. Jogo do galo. Cruz, bola, cruz, bola, cruz - ganhei. Temos mesmo que tirar os brincos, desculpe. Tiro os brincos, está a ver como tinha razão? eu bem lhe disse que era melhor tirar os brincos. Dez brincos. Mas porque é que eu tenho tantos furos? Ah, só tem que tirar os primeiros, os outros deixe estar. Barulho, silêncio, barulho, silêncio, jogo do galo, anjinhos por favor acudam-me mais uma vez; já está! pode ir vestir-se.
Zarpo dali o mais rápido que consigo, não quero que o cheiro do hospital se entrenhe em mim mais uma vez, não quero sequer ponderar ficar ali mais que o estritamente necessário.
Tenho a estranha sensação de ter deixado o último jogo a meio.
Cruz, bola, cruz, bola...

quinta-feira, 24 de março de 2011

UM ANO!

UM ANO SEM COLARES, SEM FERROS, SEM COISAS E CENAS E COISAS NO MEU PESCOÇO.
FAZ HOJE UM ANO QUE TIREI TODO O TIPO DE ARTEFACTOS DE CIMA.
VENHAM MAIS 100!!!
UM ANO.
E pensar que ainda ontem estava a festejar o fora de perigo.
Sinto outra vez a electricidade debaixo da pele, o mundo é meu. Só meu. Esta noite o mundo é meu.
Todo meu.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Sabem qual é o nome da minha fractura?
É a fractura do enforcado.

terça-feira, 22 de março de 2011



Apaixonei-me, perdidamente. Borboletas, espasmos, falta de ar: gosto tanto que até dói.
O meu vestido novo é homem para me levar ao altar!


Escusado será dizer que a mim fica 1000 vezes melhor... lamentamos cachopa!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Amarelo: pi pi pi pi pi pi

Sabem para que é que servem os cartões amarelos?!
A-VI-SO.

Só que eu não estou habituada a recebê-los e hoje, quando levei com ele, senti o meu mundo o fugir-me por entre os dedos, e o ar a ficar pesado, e as lágrimas a escorrerem pela cara e chorei. Assim que saí do Egas chorei. E não tenho que ter vergonha por ter chorado. Até vos posso dizer que chorei do Egas ao comboio, debaixo dos óculos de sol.

Ainda que não seja nada demais, os cartões amarelos vêem deitar-me a língua de fora, fazer pirraça e dizer-me que ainda, sempre o ainda, não estou boa! Para a semana dia de TAC, com referência para especial atenção às parastesias das mãos. Não gosto do especial atenção que vem na requisição. Não gosto. É assim como iscas, não gosto, não gosto e não gosto - e também não quero aprender a gostar.

Tudo a cruzar o dedinho indicador com o do meio e a torcer para que esteja tudo bem com este pescocinho, sim?

Maria Amarelo Paciência do Pescoço

sábado, 19 de março de 2011

Há dias que so no mastro.
O mundo inteiro... grr

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sei que alguém me acrescentou alguma coisa quando me desperta uma ideia adormecida.
É assim que eu sei.

terça-feira, 15 de março de 2011

Jogo do Galo. Foi isso que eu fiz naquela tarde.
A determindada altura joguei ao jogo do galo mentalmente no tecto do hospital.

Sozinha.
Comigo.
Jogo do Galo.

Acho que ganhei.

segunda-feira, 14 de março de 2011

E pronto... Portugal no Coração. É isso. Às vezes nem acredito que passei por tudo isto.
Mesmo.
Auch.
Doeu.

quinta-feira, 10 de março de 2011

domingo, 6 de março de 2011

Hoje faz sentido a voz da Carminho a cantarolar

'Mais vale somar paixão que somar desilusão até tudo nos doer
Porque eu voltar a ser tudo o que eu já fui um dia, tudo o que eu já queria ser antes de te querer.'

E ainda que este 'te' não seja homem e sim liberdade, o fado faz sentido, hoje, aqui e com esta electricidade que me corre debaixo da pele.

As minhas gentes

A minha recuperação foi feita de passinhos pequenos, muitas vezes de nenhuns passos e outras de passos maiores. Está recheada de caras e crenças, de nomes e estórias e histórias e fábulas e sonhos. Está repleta de pessoas que se impressionaram com o meu novo mundo, com outras que viraram a cara por falta de dignidade humanana e ainda por outras que me acompanharam e cujo nome eu não sei.

Os senhores do café do toldo amarelo, que me viram a dar os primeiros passos atabalhoados na rua, a beber os primeiros descafeínados por palhinha. Que me ofereceram quebra-cabeças para ajudar a passar aquele tempo que não passava à passagem dos ponteiros do relógio. Que comigo foram vivendo as pequenas vitórias do sobe e desce escadas. Que me viram passar do Prada para o Galliano, do Galliano para o Channel e do Channel para a liberdade de um pescoço torto.
Depois seguiram os passos da fisioterapia, os primeiros cafés sozinha, as primeiras manhãs de Sábado com o Expresso, as primeiras idas à praia e hoje, vêem a minha vida a seguir uma rotina que, aos poucos, começa a ser a minha vida.

Há os senhores da loja de chineses, onde entrei a primeira vez a medo com o Prada pelas mãos da Avó Carmo em busca de qualquer coisa só pela desculpa que era sair de casa e o protocolo que isso implicava. Umas canetas às cores para enganar o tédio, uns ganchos pirosos para adornar o cabelo, umas canetas de tinta permanente para o Kiko desenhar bonecos no colete... hoje é pela rotina: um verniz aqui, umas velas acolá, e sempre o mesmo sorriso com que me receberam da primeira vez. Hoje o senhor disse-me 'Mior, mior!' e apontou para o meu pescoço, já sem coletes e colares e cicatrizes, com mais força e mais cara do que foi um dia. E eu limitei-me a pensar que também eles me seguiram, debaixo do sorriso envergonhado, nesta minha epopeia, e torceram por mim à maneira deles.

Não passa um dia sem que passe à porta da papelaria, e lá está a senhora que lá trabalha. Bom dia, boa tarde, boa noite, quando passeia o cão, e vai perguntando como estou, vai referindo que a minha cara não esconde o que sinto, que os meus olhos nunca perderam o brilho. E eu sorrio, agradeço, respondo, dou-lhe três dedos de conversa e lembro-me sempre que no dia em que me viu na rua os seus olhos se encheram de lágrimas para mais tarde se encherem de esperança a cada melhora que ia observando.

A Dona Beta e o seu staff, que durante muito tempo só me viam de dentro para fora porque as escadas de acesso representavam um perigo e um obstáculo demasiado grande para aquele corpo. A maneira como me iam desejando as melhoras e a maneira como hoje se espantam quando por lá entro a mil, à última da hora, para comprar pão, beber um café rápido ou comprar pastilhas - ou porque estou maquelhada, ou porque estiquei o cabelo, ou porque desejo bom fim-de-semana ou porque já lá vai o tempo em que ainda andava na escola, os gémeos eram pequeninos e o café era na loja do lado. Pessoas que me acompanham desde que moro nesta casa que me viu passar de adolescente fluorescente para menina quase mulher, de emigrante a pescoço partido e de pescoço partido a mulher.

A vizinha do Ricky, que me presenteia sempre com um sorriso luminoso, que faz invariavelmente a mesma pergunta e ouve invariavelmente a mesma resposta.

- Olá! Está melhor?
- Olá! Estou óptima, obrigada.
- A sério? Boa, boa?
- Quase, quase.
- Ah, está sempre a enganar-me...

Não é um discurso ensaiado, é a nossa maneira de passarmos uma pela outra e partilharmos qualquer coisa. A maneira da senhora frisar que não se esquece de mim e a minha maneira de lhe agradecer a atenção.

A vizinha das miúdas, que perguntou um dia à senhora minha Mãe como tinha sido e eu ouvi, pela primeira vez, a versão quase completa do que se passou nas cabeças que estavam à porta do hospital. A versão que me fez chorar baixinho nessa noite na cama pelo que fiz sofrer aos que mais amo. A vizinha cujo marido apanhou o colar Galliano que atirei janela fora na primeira passagem d'ano pós acidente e que ainda hoje refere o facto como se de um troféu se tratasse.

A vizinha da Michelle, que passa, ri, olha e comenta os quadros do Kiko para puxar sempre o mesmo assunto, 'quase boa, quase melhor, que susto que nos pregou a todos'.

O Duarte da 5ª Avenida que me elogiava mesmo quando eu apresentava ferros e parafusos e lhe pedia água das pedras com gelo e limão e palhinha, para refrescar as noites quentes e acalmar a alma que ardia por dentro sem chama por fora.
As dezenas de Tios que partilharam comigo as vitórias e apoiaram a Mãe e o Tio, sempre calado, sempre angustiado, que sofreu à maneira dele a sua Abóbora partida.

E os senhores do Rui dos Pregos que viram nascer a Tertúlia Tigresse, os jantares de festejos de pequenas vitórias. Os jantares de brainstorming para a CausaTua, os petiscos de fim de tarde de Verão, o jantar do 1º ano de vida. O primeiro jantar fora com Prada, onde senti pela primeira vez que nada ia voltar a ser como antes...

O segurança da fisioterapia, que me viu caminhar aflita para as primeiras sessões, que me viu sair com os olhos inundados de lágrimas e nunca me disse nada, por saber que a dignidade a que eu me impunha era crucial para erguer, de novo, a cabeça e lutar mais no dia seguinte. Que comentava sempre que o Nuno iria fazer um milagre comigo. Que passa por mim, hoje, e diz 'temos mulher, temos guerreira'. E eu tenho saudades dele. Ou saudades do conforto que era saber que a cara dele representava um caminho lado a lado com aquele que foi um dos heróis do meu percurso.

Ah, e os senhores do quiosque em frente à fisioterapia, que me conhecem de outros tempos, onde eu bebericava café antes das sessões de tortura ou bebia uma água enquanto esperava pelo Sr. Miguel... e o senhor Miguel, que tantas e tantas vezes me enchia a cabeça de sabedoria popular, me contava as mesmíssimas histórias do dia anterior, que me passeava naquele Mercedes Salazarista e me dizia que ia correr tudo bem. Soubesse o Sr. Miguel a nostalgia que tenho quando relembro o que juntos passamos.

As caras dos corredores do S. Francisco, as caras dos corredores do Egas. As batas amarelas, os pijamas de bloco, as batas brancas, azuis, verdes. Sei as caras, os cheiros, decorei-lhes as mãos e o trato para comigo. Decorei-lhes a voz. Decorei a Inês fisioterapeuta, pouco mais velha que eu, que guardou com ela as primeiras lágrimas de desespero, que recordo terem sido, também, as últimas que larguei. Não sei nada da Inês fisioterapeuta, mas gostava de lhe mostrar que as minhas pernas já mexem sem a ajuda dela, que a minha respiração normalizou e que este ano eu fiz por ter um Verão à antiga.
A enfermeira Verónica que comigo chorou a angústia de uma algália, um diagnóstico tremido, uma sede de levantar e correr dali para fora, a mesma enfermeira que meses mais tarde estaria na Clínica dos Poetas e me olharia com a leve recordação de já se ter cruzado comigo: sim, cruzou. Sou a Maria do desastre de Colares. E a forma como um abraço entre duas desconhecidas pode fazer sentido pela entrega que é.

E os bombeiros, a quem não decorei o nome mas a quem tenho a maior dívida de gratidão de que há memória. A bombeira que não me largou a cabeceira durante horas, que ligou à minha Mãe algumas vezes para saber o meu estado e a quem eu gostaria de dizer, uma só vez e o mais sentido possível: 'obrigada, meu anjo'.

O enfermeiro Paulo Renato, destacado especialmente para me acompanhar na ambulância da transferência do S. Francisco para o Egas. Que me consolou as dores, que me contou que tinha partido duas vértebras com 19 anos e depois disso já tinha recuperado a vida, 40 e tal anos de vida e muitas aventuras para mostrar à coluna que era valente, valente como eu tinha que ser apartir daquele dia. Que me disse 'estás em boas mãos, acredita que ainda vais saltar de pára-quedas'. Oh enfermeiro Paulo Renato... como me escorrem as lágrimas agora que me lembro que não sei de cor a sua cara, mas sei de cor a maneira como me fez uma festa na testa quando a amabulâncioa arrancou estrada fora a 5km/h.

As meninas do espaço ByMII, na Ericeira, que já se cruzaram comigo mais à fente no caminho, ainda de colar mole mas já com ansias de fatos de banho e sol e praia. E as mesmas meninas que não se esqucem de perguntar como estou e como vai correndo tudo. Mesmo quando passam meses que não as vejo e entro na loja sempre com o desejo de voltar a ter corpinho para bikinis.

E os meus leitores que enviaram emails, que passaram palavra de um blog tão meu como deles. Um blog que já esteve tão perto de ser a minha sanidade mental e tão perto de ser o meu desespero calado. Ou terá sido mesmo?

Correndo o risco de me ter esquecido de pessoas que nunca frisei, também corro o risco de nunca ser lida por estas pessoas que foram personagens da minha vida sem saberem a relevência que lhes dou. Antecipando a desculpas, desculpem-me aqueles que não referi, aqueles a quem nunca agredeci convenientemente, aqueles que não têm caras, nem sorrisos, nem cheiro, nem voz mas que comigo se cruzaram. E levem com eles a minha gratidão calada e sentida.

'De todas as vezes que agradecer vão ser poucas.'
Obrigada.




Todos eles, me aliviaram dores, me repuseram sorrisos e me alimentaram a esperança que era possível renascer das cinzas.

sábado, 5 de março de 2011

Balança para a mesa 5

O meu amigo Nuno diz que eu sou um contra senso entre uma menina do Estado Novo e uma miúda armada ao moderno. Respondo-lhe sempre o mesmo: adoro comer tremoços, beber minis e ver futebol, mas também adoro que me abram a porta, me cedam o lugar e me tratem como uma senhora.

Não ando a decidir se quero ser Estado Novo ou Moderna, ando sim, e isso será incontestável, a decidir qual é a melhor forma de balançar estas minhas partes tão distantes e tão indissociáveis da minha pessoa.

Qualquer coisa que, no fim do dia, não entre em conflito com o que eu quero, era o ideal...

OMG, É UM SELO!




É, eu recebi um selo da minha querida Cairs, só que só vi que o tinha recebido ontem, por isso peço desde já desculpa.

O objectivo é enumerar 7 coisas que goste e escolher 7 blogs para passar o selo.
Pff, é dificil mas aqui vai:

1- Adoro os meus irmãos
2- Adoro tardes de sol na esplanada / praia
3- Adoro a tertúlia
4- Adoro passar fins-de-semana fora
5- Adoro música aos berros no iPod
6- Adoro pão e manteiga e queijo e fiambre
7- Adoro ter este espacinho não censurado pelas convenções sociais

Passo o selo a: (posso passar a quem mo passou?!)
HELP!! I Need help para saber estas regras...
Desculpem, acho que vão ter que esperar pela passagem de testemunho.

sexta-feira, 4 de março de 2011

PÁRA TUDO:
EU RECEBI DOIS, ISSO! DOIS SELOS DE QUALIDADE E SÓ AGORA É QUE ME APERCEBI.

EU TENHO 29 SEGUIDORES ASSUMIDOS, MAIS UNS QUANTOS SILENCIOSOS E SÓ AGORA É QUE ME APERCEBI.


Amanhã escrevo sobre isto.
Ai escrevo, escrevo!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Obrigada.

26, eu disse vinte seis

CALMA!
PÁRA TUDO!!
COMO É QUE EU DE REPENTE TENHO 26 SEGUIDORES?
A SÉRIO QUE HÁ 26 PESSOAS QUE SEGUEM O BLOG?
MESMO?

AAAAAAHHHHHH!!! Se eu pudesse dava saltinhos de alegria bem altos! Juro!
Obrigada.
Estou mesmo feliz, acabaram de fazer o meu dia.