Não percebo, nem nunca percebi, não acredito, nem deixo de acreditar, mas fica-me sempre a dúvida: porquê eu? Porquê a mim? E se estiver aqui a resposta ao caminho que se segue?
Há uns, muitos, meses atrás estava eu a jantar no Bairro Alto com outras das autoras do blog quando somos interrompidas por um 'vende coisas várias' que nos perguntou se queríamos a pulseira da sorte. Claro está que com um sorrisinho amarelo, amavelmente, tratámos de despachar o senhor 'vende coisas várias' e prosseguir com o jantar.
Não passado muito tempo, o senhor 'vende coisas várias', regressa à nossa mesa e lança o terror: duas pulseiras, uma para cada uma, sob a ladainha: amor bom, marido bom, saúde, dinheiro, carreira... e enquanto nos colocava a pulseira no bracinho fez uma reza.
Pelo sim, pelo não, lá andámos com a pulseira uns tempos. A M. andou até ela lhe ter dado o prometido amor bom, eu até a ter dado a uma criancinha com 4 anos.
Há três semanas, estou com a M. a beber café, Sábado de manhã, tranquilo, sol, esplanada, compras e puf! Uma cigana que nos quer ler os olhos, que nos fala da verdade das suas palavras porque é guiada por Deus, que me diz: 'há alguém que gosta muito de si, quer saber o nome?'.
Não, não quero saber nem nome, nem coisas dessas estranhas que diz que vê nos meus olhos. Por favor, se eu estou de óculos de sol como é que a senhora pode ver através das lentes que há alguém que gosta de mim?
A minha família gosta de mim, os meus amigos gostam de mim, os meus leitores gostam de mim (?), mas aquele 'alguém' que gosta de mim não pode ser verdade. E a senhora lá segue caminho e nós ficamos, mais uma vez, e se...?
Ontem, sem a M., estou na minha caminhada fugaz para apanhar o comboio e do nada, sai-me uma personagem ao caminho, espeta-me um cartão na mão e diz: vai precisar, está a precisar.
Eu? Vou precisar de quê? Preciso de quê?
Sigo caminho sem olhar para o papel, activo o bilhete, subo para a plataforma do comboio e ouso olhar para o cartão.
Lá está: Professor Mamadu faz coisas e cenas e coisas e cenas várias.
Eu quero lá saber o que me vai acontecer amanhã! Não quero, obrigadinha mas não quero. E não percebo porque é que naquele dia no restaurante foi a nós que o senhor 'vende coisas várias' escolheu para dar as pulseiras e fazer a reza, não entendo porque é que com tanta gente na rua a cigana embicou connosco e ultrapassa-me a aparição repentina do homem que me deu ontem o cartão com o recado. MEDINHO.
Pfff, dão cabo de mim!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário