há em mim um medo que cresce de dia para dia, um medo que veio pé ante pé, chegou, instalou-se, veio para ficar mas não avisou.
houve tantas coisas na minha vida que cresceram de dia para ida, que chegaram pé ante pé, que se instalaram e não avisaram. eu diria que houve demasiadas coisas assim.
72 horas para regressar ao Egas, voltar a passar o portão do hospital, olhar de soslaio os doentes da ala contagiosa - gostava de falar com um deles, dar-lhes um abraço forte (se eu pudesse dar abraços...), sair do carro a medo, entrar naquele átrio novo onde faz a corrente de ar da vida, dar entrada, atravessar os corredores que ainda não decidiram se nos vão contagiar com Gripe A ou se nos vão deixar sair ilesos, procurar uma cadeira, constatar que não há cadeira mas que logo se levantam uma serie de pessoas para me ceder o lugar, sentar-me, constatar que ainda falta imenso tempo.
o medo que vai tomar conta de mim. passaram quase três meses, há quase três meses este dia era lá muito longe, ele está a chegar e eu tenho medo. de tantas coisas e de nada. tenho medo que as expectativas saiam defraudadas, tenho medo de não estar boa, tenho medo de ter que ser operada... porra tenho medo.
dei-me demasiado tarde conta de que tenho medo.
domingo, 18 de outubro de 2009
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