à hora que te escrevo já deverás estar no ar há umas quantas horas, com aquele friozinho de quem parte. Eu sinto o friozinho de quem fica.
O friozinho de quem gostava de poder arriscar tudo, fazer as malas e embarcar.
Serás das pessoas que mais me custa ver partir, por tudo: porque vais para longe, muito longe, porque a rotina da mensagem, da música, do jantar, do telefonema, vai ser interrompida. Porque és tu quem mais me grita, quem mais me castiga, quem mais me encoraja e tudo isto com a tua incrível capacidade de não teceres juízos de valor.
Sei que são só (!) seis meses e que passam a correr e bla bla bla, mas também sei que são seis meses em que muitas coisas vão mudar.
E que raio! Quem é que me vai chamar coisinha sexy enquanto estiveres do outro lado do mundo? Quem vai receber uma mensagem sempre que o iPod tocar a nossa música? Quem é que me vai buscar a casa de mini e como é que eu vou sobreviver se espetar os dedos no vidro do teu carro? Com quem é que eu vou desabafar sobre umas e outras coisas que só tu sabes? Ai ai ai me pequeno ser sexy, resta-me no libro de caras, o skype, o email e aquelas encomendas que, certamente, te irei enviar, tal como prometido, com perfume e batom a selar o envelope.
Faz o favor de te escapares à malária, às desinterias e àquelas coisas estranhas que se apanham desse lado do mundo. Tenta não chegar muito escarumba senão vou ter que te aniquilar à chegada. Evita os escaldões, as bebedeiras agressivas e as mariscadas à beira mar - ouvi dizer que esse género de comportamentos suscitam invejas profundas e eu não te quero sob o efeito do vodu. Se puderes também não apanhes o bicho, (e não lhe tomes o gosto), de viveres tão longe de mim - eu agradeço.
Depois, depois já sabes! Faz o teu melhor e volta depressa, com muitas e boas fotografias, com muitas e boas histórias para partilhares algures entre um pôr-do-sol e um gin.
Um beijo, aquele beijo repenicado nessa bochecha barbuda,
Coisinha Sexy Maria
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
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Cara coisa sexy:
ResponderEliminarPois que colei ao assento da minha cadeira de trabalho nesta pequena ilha que a evolução esqueceu. Todas aquelas coisas que não puder fazer enquanto aí estiver, escrevo-tas!
Vou fazer de tudo para escapar à Malária, ao Dengue, à Encefalite Japonesa e outras que tais, mais ainda porque pedes (e convenhamos que também não me dá muito jeito)
De resto, espero que tu, tal como tudo o resto que deixei à minha espera esteja igual ou melhor, se for possível! Desculpa pedir, mas preciso disso!
Grande beijinho, scary bradshaw.