domingo, 16 de janeiro de 2011

Fecha a porta.

É sempre assim, quando menos estás à espera, o lobo aparece e tumba. Come-te viva.
Dói para caraças. Dói tanto mas tanto que duvidas que o que sentes é real... e ficas, ficas sempre porque és uma merda. Porque não sabes gritar chega, porque és uma atrasada mental à espera que as coisas mudem um dia. Porque não sabes viver sem este pseudo-ombro que vais tendo.
Porque acreditas que um dia vai chegar o teu dia. Olhas à tua volta e chegou o dia a tanta gente, mas tanta gente que não percebes o que está mal. Tens medo disto que sentes a correr pelas veias, esta raiva pulsada que te consome. Andas anestesiada há uma semana e agora não podes fingir mais que sabes lidar com o lobo e a avozinha. Não sabes, esquece não sabes. Não te enganes mais e vem-te embora. Fecha a porta, sai, chora em silêncio e não olhes para trás. Faz isso por ti, só por ti. Tu que acreditas que há pessoas e momentos certos, tu que acreditas em palavras ditas ao ouvido, em beijinhos no nariz, em garrafas de vinho à luz das velas - exige. Esperneia. Não aceites prata por ouro. Não aceites gato por lebre. Não queiras 50, anseia 150. Deixa-te de merdas e faz o que fizeste há um ano e meio. Corta. Aniquila. Vira costas e não olhes para trás.
Um dia perdes a batalha e o melhor é retirar as tropas. Para sempre a guerra perdida.
Um dia voltas a campo e tens mais e melhores soldados, já saraste as feridas e já te esqueceste que dói quando se perde.
Mas vem-te embora, não olhes para trás e fecha a porta à chave. As pessoas não se substituem, ocupam os lugares que têm que ocupar, mas às vezes é melhor que se vão embora.
Para curar.
Vai-te curar, Maria.
Vai-te curar, este guerra não é para ti. Retira as tropas, baixa a cabeça e vem-te embora. Desta vez, e mais uma vez, perdeste.
No fim, nem medalhas ficam para os que perdem.

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