quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Regresso às aulas 2010/2011

A 16 de Setembro de 2010 posso anunciar ao mundo virtual que deixei de engrossar as estatísticas da baixa médica e volto a fazer parte do fantástico mundo universitário.

Não, não estou nervosa, nem ansiosa, nem comprei cadernos, nem sebentas, nem canetinhas às cores, nem agenda, nem porra nenhuma. Também não imprimi 300 horários de diferentes tamanhos, não fui tirar o número das salas, não vi quem figura na lista de alunos, quem são os professores, nem os métodos de avaliação.

Não mudou nada de ontem para hoje. Depois de uns, muitos, euros, lá a impressora cuspiu um papel com o meu horários novo, com as contagens de créditos e equivalências, e eu saí da secretaria, rodei nos calcanhares, atravessei os corredores de sempre, fui ao bar de sempre e não soube a sempre.

Nem a Maria, nem a Catarina, nem a Joana, nem o Zé, nem a Constança, nem ninguém!! Ninguém de sempre para as conversas de sempre, os cafés de sempre... nada de Nuno a refilar, nada de nada daquilo que era meu.

E aos poucos e poucos é esta a minha nova realidade. Andar com 1000 olhos atentos aos encontrões das crianças de 18 anos que às 11hrs da manhã já se acotovelam para comprarem minis no bar, evitar estar de pé a fazer conversa, evitar carregar peso, evitar que a velha do metro me dê um encontrão, evitar ir de pé no comboio, evitar isolar-me, evitar olhar de lado para os minis calções escandalosos das miudas que por lá passeiam o cabelo mega-loiro-despenteado-propositadamente-fashion-e-wild, explicar pela enésima vez o despiste, o diagnóstico e o prognóstico, e sentir novamente que enfio uma cassete e conto só o que quero contar e que nunca realmente digo aquilo que sinto.

Volto aos cheiros da cidade, ao calor da cidade, ao frenesim da cidade. Mas sou ainda mais pequenina que era quando lá entrei...


"Dá-me um abraço... ", só hoje, dá-me um abraço e diz-me que vai correr tudo bem.

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